domingo, 17 de julho de 2011

Naquela tarde de domingo...

Aquela tarde de domingo já não era como as outras.
Eu sentia, estava em vão.
Tesão, paixão, sem ereção.
Temor, pavor, reconstrução.

Me reconstruo sem ódio, melancolia meu ópio.
Sobrevivo, mas vivo.
Solo, sóbrio, remoto.

Naquela tarde de domingo eu já sentia.
Tem disso sim, partir.
Não dá pra rir.
Só ir. 

Várias vezes censurado, tanto quanto angustiado.
Naquelas noites em que eu ia sozinho, só ficava parado.
Eu tentava e você fudia.
Não ia. Não podia.

Haja hoje, para tanto ontem.
Queria que fosse anteontem.
Não terei mais carnaval. Só maremoto e vendaval.
Das cinzas, voltarei. Desse universo, serei rei.

Ainda é tarde de domingo. Acorda, vem me buscar. 
Quero entender, compreender, quero tentar.
Sou diferente de ninguém, só não posso ser igual.
Estou sem ego, não consigo. Penso, agora, era carnal?

Naquela tarde de domingo, eu precisava de calor.
A cafeína é meu motor.  
A minha insônia, um rigor.
A paixão é minha dor.
Onde estará aquela flor?



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