quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Desejos

E hoje, despretensiosamente, reflito e concluo: não há nada material que me mova, me maltrate, ou algo que eu deseje desesperadamente. Pois bem, tenho que comprar um carro, mas não me atrai nem aquele um ponto zero baratinho, usado, sequer o quatro por quatro maravilhoso que há tanto almejava, aquele que eu namorava diariamente na vitrine da loja. Até comprei uma televisão maior que a minha própria sala, mas nem consegui liga-la desde então. A minha mesa, bem bonita e lá de Tiradentes, sei lá se faz sentido. Afinal, eu como mesmo é no sofá. O meu celular tem internet, manda e-mail, mas de que adianta se o que eu quero mesmo é pessoal? Minhas viagens, as fotografias e todos aqueles badulaques. De que adiantam também, se é na memória que vou achar as lembranças mais belas? Pergunto-me, então, até onde vai o meu desejo e quando é que me revelo? O que eu quero e o que, efetivamente, me faz bem? Onde estou? Para onde vou? Não sei, só desejo o que restou. O que estou hoje.

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