quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Do avesso

Hoje eu acordei às sete, o que não fazia há tempos. Eu escovei os dentes antes de tomar banho, troquei os quadros de lugar, me enxuguei mais rápido do que podia imaginar. Eu comi antes de trabalhar e não fumei antes de me arrumar.

No trabalho, dei bom dia a todos, com beijos, e a todos também sorri. No almoço, tomei suco. E, no lanche, uma fruta. Fui a um bar que nunca tinha ido antes, bebi whisky ao invés de cerveja. Eu vi um filme, ao invés de novela. Eu li um livro, ao invés de um filme. Eu não liguei a televisão.

Eu escrevi uma música sem rascunhar, não buzinei para me acalmar e mais nada imaginei, sequer pensei. Eu dormi com o edredom por baixo do lençol, de barriga pra cima ao contrário de antes, e com a janela aberta. Eu cantei sozinho na rua, pensei em comprar uma flauta doce e em comer morango antes do almoço. Tudo muito confuso. Do avesso. Hoje eu vivi só hoje e deixei o resto para amanhã. Pela manhã.

De sobremesa, a natureza e o início de uma estranha leveza. 

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