Eu queria ir embora desse planeta apenas com um papel e uma caneta.
Que é para me inspirar, rascunhar, tentar contar.
Que é para me inspirar, rascunhar, tentar contar.
Eu queria ir embora desse planeta apenas com umas coisinhas na maleta.
Que é para não sujar, fazer durar, poder me trocar.
Eu queria ir embora desse planeta apenas com uma jaqueta.
Que é para não esfriar, conformar, a mim confortar.
Eu queria ir embora desse planeta apenas com uma violeta.
Que é para aflorar, respirar, tentar cheirar.
Eu queria ir embora desse planeta apenas com uma borboleta.
Que é para planar, bater asas e poder voar.
Eu queria ir embora desse planeta apenas com uma corneta.
Que é para chocar, buzinar, não parar de gritar.
Eu queria ir embora desse planeta apenas com uma gaveta.
Que é para guardar, armazenar, não pensar em voltar.
Mas, insisto em insistir.
Meu lema eterno é ficar ou partir.
Não hoje, não amanhã, para não desistir.
Resistir.
Porque o que eu queria mesmo era ir embora desse planeta apenas com uma lambreta.
Que é para vagar, sem me preocupar.
Que é para sair, sem a mim resistir.
Que é para correr, perdoar e viver.
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