quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Não sabe brincar, não desce pro play

Não é Deus, não são os orixás, o rivotril ou as drogas que te dirão quando tu poderás voltar ao play, é só o tempo mesmo. Eu não soube brincar, não pude descer, e nessa de esperar, ou de não saber esperar, de deixar o tempo passar, eu continuo ali, tão sempre e perto, longe, preso na minha loucura. Tem dias lindos, como o céu azul de ontem que poderá durar a primavera inteira. Tem dias negros, com nuvens cinzentas, como o de hoje, que poderiam durar todo o verão. O tempo é macho, ele não está nem aí para você. Então não dê manotas, não tente fingir manobras, não há como enganá-lo. Ele está aí, está em todos os lugares, ele é quem manda nessa porra, seu zero-meia duma figa. É um processo, eu avisei. E eu até acho, no final das contas, que o mundo dá voltas, que tudo volta ao começo, ao que já foi um dia. Sem pretensões, sem confusões, sem angústia, sem nada. O começo é tudo, e tudo ao mesmo tempo pode não ser nada, então não se desespere, dê tempo ao tempo, comece de novo, e se não der tente novamente, e assim por diante, até que um dia ele te concederá uma licença dessas de governo, por tempo indeterminado, mesmo que tardia, para que você possa, enfim, chamar o elevador novamente. "Moço, tá descendo pro play?"

3 comentários:

  1. E acho que no fim de todo esse processo, há de ser doce, como disse Caio F

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  2. Já que o amor é cego, o importante é apalpar.

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  3. hahahaha... boua, Jorge!

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