quarta-feira, 24 de abril de 2013

fragmentos de um quase conto

... não viam-se há anos, mas a mulher movimentava-se sem repúdios ao encontro do rapaz como se nada lhes tivesse ocorrido e ele, um pouco em desencontro à sua fala mansa ao gosto amargo do espumante, recolhia-se inerte à cadeira desconfortável que obrigara a assentar-se ao lado de sua mãe. não acreditava, ou simplesmente não permitia-se acreditar à saudade dilacerada em seu guarda-roupa, mas ensaiava dizer o amor à sua maneira tímida de encarar as tolices do tempo, mesmo inábil às pernas que já não se moviam, porque afinal a admirava tanto quanto os belos poemas do Leminski que sempre lia aos alunos nas incansáveis tardes de estudo.

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