sussurrava o
vento coincidente.
silenciosos e
em química,
encontramo-nos
neste setembro.
é primavera!
e houve o
toque.
a pele.
houve o
impávido e suave acaso à porta,
o inesperado
presente.
instantes.
o inevitável
desejo à espreita:
revelação.
sentido antigo
que esvai, sinto.
sentido antigo
que esvai, vai...
existem flores
do lado de lá,
talvez existam
de cá também.
eu em busca de
mim e da leveza impalpável,
ao encontro do
meu corpo.
tu em busca de
ti e da tua verdadeira face,
dos teus
verdadeiros gestos,
do teu mais
sincero e estúpido gozo.
límpido!
quero-te em
pitadas. quero-te limpa. quero-te tua.
queira-me como
podes, ou como queres, ou como podes querer-me.
nu.
queiramo-nos
como pudermos ser:
leves.
não há
urgência. mas há sinais.
o corpo fala,
diz muito.
tem vezes
grita.
urra!
_________,
sentido vem.
vem...
palavras-tom.
som!
queira-me em
silêncio. querer-te-ei assim também.
não me prometa
muito,
não me prometa
nada,
mas lhe
prometo vida.
apenas venha fresta e olha-me nos olhos,
beije-me o teu beijo vermelho, a tua boca vermelha,
os teus lindos lábios vermelhos.
suja-me todo e sinta-me em teu corpo.
tocar-te-ei sem cócegas, então,
como tocam o céu as andorinhas,
como os mais puros acordes arranham-te as costelas.
tocar-te-ei as entranhas até o gozo mais estúpido e límpido da tua alma,
vivo.
e olhar-te-ei enfim como olham os olhos mais possíveis desse impávido e suave acaso:
livres.
sinta-se no instante, deixe se impor sobre o tempo.
o tempo. o
tempo. o tempo.
relógio-tempo.
entrega-me um conto e devolver-te-ei uma carta.
entrega-me um conto e devolver-te-ei uma carta.
sinta-te em
teu corpo e suja-te toda com os teus dedos,
olha-te em teu
beijo e beije o teu próprio rosto com as tuas palavras doces,
a tua boca
vermelha,
os teus lindos
lábios vermelhos.
despeça-se
viva e toque-se na medida mais estreme da leveza encontrada.
me encontrarás
por lá também.
sintamos os
sintomas.
sintamos.
sintomas.
uma flor do
lado de cá,
uma rosa do
lado de lá:
papeis em
branco a preencher.
deixe impor-se
tácito o tempo
no tempo, no
tempo,
relógio-tempo.
e seja como
for mesmo no breu do presente:
__________,
nova!
escorra-me os teus beijos vermelhos, os teus lábios vermelhos,
a tua boca
vermelha, o teu ventre vermelho.
escorra-me
toda a delicadeza e a tua verdade impregnadas no teu corpo,
jorra-me!,
goza-me!,
goza-me todo!
todo!
delicadeza!
limpa-te e
goza-me o teu gozo mais estúpido e límpido sem a pressa de termos,
ou sem a
pressa de sermos,
ou de tocarmos
as nossas entranhas impalpáveis.
aceitemo-nos
sem os espinhos do relógio-tempo no que nos há de melhor por agora,
impávidos.
chamemo-nos
suave acaso, ao acaso, e sejamos então.
e enfim.
a urgência
mata.
mata.
mata.
goza-me
inteiro,
e por agora.
______________!
dois pontos:
---
Poesia contemplada pelo Concurso Nacional Novos Poetas (Prêmio Sarau Brasil 2013).
A versão original já havia sido publicada neste blog, no final de 2012.